Photo Credit To Indaiá-Dinossauros

Rede social reúne arquivo de memórias

Com 6 anos, acervo do Indaiá-Dinossauros tem 14 mil imagens do município e de moradores

Ana Carolina Lahr

Patrick Ribeiro chegou a Indaiatuba aos 4 anos, quando a empresa onde o pai trabalhava mudou-se para o município. Nascido em São Paulo, capital, ele se autoclassifica indaiatubano e admite que todas as suas memórias são da cidade.
A declarada paixão o transformou em um devoto colecionador: “Tenho tudo que já foi publicado sobre Indaiatuba, inclusive livros raros de escritores locais, que vou garimpando”, revela.
O interesse resultou em um acervo de imagens relativamente raro, mas nada tão expressivo quanto àquele que começou a reunir em 2010, quando uma coletânea de imagens envolvendo os amigos de infância se transformou no Indaiá-Dinossauros, um grupo fechado criado na rede social Facebook.
Na época com 22 membros, a iniciativa não passava de uma brincadeira. Aos poucos, se expandiu para vários outros grupos de amigos e ampliou o conceito de ‘dino’ para outras décadas, ainda anteriores. Hoje, são mais de 9 mil participantes.
Um post fixo no topo da página explica as regras para adentrar: “temos grandes, ilustres personagens da ‘nata’ indaiatubana aqui, mas não é isto que determina o quanto se é ou não Indaiatubano. Muitos anônimos construíram esta cidade também, assim como eu. Todos cabem aqui, desde que sejam inseridos no tema Indaiatuba, seus filhos e sua história”.
Foi assim que o Indaiá-Dinossauros se transformou no maior acervo virtual da memória viva de Indaiatuba, perpetuando as lembranças das famílias que escreveram – e ainda escrevem – a história da cidade por meio de fotos e registros orais cultivados por cada um. “Começaram a aparecer fotos antigas dos pais e avós. Com isso, registros da história da cidade que não estavam em lugar algum. Na época, o Pró-Memória estava sem muita divulgação e o grupo tornou-se um canal para pesquisas. Chegamos a pegar fotos originais de 1880 para escanear”, recorda Patrick.

Administradores
Enquanto Patrick angariava curtidas e comentários no seu arquivo de imagens pessoais da turma de colégio da década de 1980, Emil Geiss iniciava um outro projeto pessoal. Movido pelas lembranças do seu tempo de colegial na Escola Estadual Dom José de Camargo Barros, ele se propôs a reunir as fotos em um álbum comemorativo dos 20 anos da escola, produzido em 1970.
Com o nome dos estudantes de cada classe em mãos, decidiu usar as redes sociais para encontrar a foto que ilustraria a lista. Coincidentemente, era o ano de 2010 quando Emil publicou as primeiras fotos. “Publiquei no Facebook e pedi que, se alguém mais tivesse essas fotos, disponibilizasse para que eu pudesse digitalizar. Rapidamente começaram a comentar e marcar pessoas e logo eu já tinha quase todas as imagens”, recorda.
Quando o grupo Indaiá-Dinossauros foi criado, Emil se tornou membro e trouxe com ele dinossauros veteranos e muitas memórias. Logo, também se tornou administrador do grupo.
Para ele, o surgimento teve um papel importante em uma cidade que passou de pequena para grande em pouco tempo: “muitas pessoas se perderam no meio da multidão. O grupo reaproximou as pessoas que já viviam aqui nas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980. Além disso, despertou o sentimento de carinho pela cidade e impediu que essas fotos se perdessem no tempo”.
Ao lado dele, outros nomes se juntaram à iniciativa no propósito de administrar e moderar o grupo afim de fazê-lo crescer com credibilidade: Adriana Koyama, José Aristides Barnabé, o jovem Patrick Novacek e a historiadora Eliana Belo.

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acervo Imagem da Igreja Matriz (1946) compartilhada na rede

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