Longa é um conto de fadas com toques de suspense

Filme é um dos favoritos a conquistar os principais prêmios do Oscar

Por AE/Mariane Morisawa

Era uma vez um garotinho chamado Guillermo del Toro, que, aos 6 anos, costumava assistir a um filme na TV todos os domingos em sua casa em Guadalajara, México. Em um determinado domingo, foi a vez de O Monstro da Lagoa Negra (1954), de Jack Arnold. Quando viu a criatura nadar por baixo da atriz Julie Adams, metida em um maiô branco, foi uma revelação. “Eu tinha 6 anos e senti algo inexplicável por ela”, disse, entre risos, em entrevista ao ‘Estado’ em Londres. “E senti algo pela criatura que também era inexplicável. Achei que aquela cena era a coisa mais linda que tinha visto. Pensei que os dois iam terminar juntos, e não acontece.” Foi assim que nasceu A Forma da Água, que concorre a 13 Oscars, incluindo melhor direção – se Del Toro ganhar, vai ser a quarta vez que um mexicano leva o troféu na categoria em cinco anos, juntando-se a seus grandes amigos Alfonso Cuarón (em 2014, com Gravidade) e Alejandro González Iñárritu (em 2015 com Birdman e em 2016 com O Regresso).
O sonho do pequeno Guillermo levou 47 anos para chegar às telas. “Não tinha achado uma maneira de contar a história espiritualmente, emocionalmente, politicamente”, explicou o diretor. Eis que, em 2011, em um café da manhã, Daniel Kraus lhe contou que tinha a ideia de um filme sobre uma faxineira trabalhando em uma instalação secreta do governo que conhece um homem anfíbio mantido lá e o leva para casa. “Percebi que era a maneira de fazer, porque é o tipo de pessoa em quem ninguém presta atenção, que conseguiria levar a criatura para casa”, contou Del Toro. E foi assim que nasceu sua fábula sobre Elisa (Sally Hawkins), uma faxineira muda que se apaixona pelo homem-anfíbio (Doug Jones) e conta com o apoio de amigos como Giles (Richard Jenkins) e Zelda (Octavia Spencer).

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