Horizonte Profundo – Desastre no Golfo segue na segunda semana

AE/Luiz Carlos Merten

Como ator, Peter Berg participou de filmes como Colateral, de Michael Mann, com Tom Cruise, e Cop Land, de James Mangold, com Arnold Schwarzenegger. Não chegou a marcar muito, ou a corresponder à impressão que havia deixado antes em O Poder da Sedução, de John Dahl, como o otário seduzido por Linda Fiorentino como parte de um plano para extorquir dinheiro do marido. Linda talvez tenha sido a femme fatale mais ordinária de Hollywood, e em uma cena-chave pegava a genitália de Berg e cheirava a mão para ver se ele era limpinho, portanto, aproveitável. Uma cena dessa (em 1994) seria inimaginável na Hollywood do auge do filmenoir.
Peter Berg virou diretor – de ação. O Reino, com Jamie Foxx; Battleship – Batalha nos Mares, com Taylor Kitsch; O Grande Herói, com Mark Wahlberg. Sua nova parceria com Wahlberg, Horizonte Profundo – Tragédia no Golfo, desvia-o um pouco dessa trajetória, e para melhor. O trailer não vende uma ideia muito correta do filme. Parece um disaster movie daqueles bem heroicos. Explode a plataforma marítima e Wahlberg fica gritando que precisa voltar para a mulher e a filha. O drama, pois é, muito mais resistente.
Logo na abertura, o som precede a imagem, e é um interrogatório. Uma comissão do Senado investiga o tal desastre no golfo, do México, quando uma plataforma de petróleo explodiu, matando 11 pessoas e produzindo um desastre ecológico. Quando vem a imagem, rapidamente se desenha uma situação de conflito. A equipe (Wahlberg, o superintendente Kurt Russell, a oficial Gina Rodriguez) está voltando de uma folga para a plataforma. Russell está preocupado com o protocolo de segurança. Interpela John Malkovich, que representa a empresa a bordo. A norma de Malkovich é economia. Por que uma empresa de US$ 14 bilhões vai despender US$ 140 mil (1% de seu faturamento) em um teste de segurança?

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