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Todos contra o Jeep Compass

Nova sensação entre os utilitários-esportivos, carro é desafiado por Sportage, Tiguan e Q3

AE/Rafaela Borges

Desde o lançamento, em dezembro do ano passado, o Compass vem monopolizando as vendas no segmento de utilitários-esportivos médios. No mês passado, o Jeep conquistou mais um feito: foi o mais emplacado de toda a categoria, deixando para trás até os compactos, que custam menos. Para saber como a nova sensação do mercado se sai diante da concorrência, convocamos três rivais – Sportage, Tiguan e Q3 – para encarar a versão flexível do modelo feito em Goiana (PE), que tem também opção a diesel.
Os critérios básicos para escolher os desafiantes foram: estar na mesma faixa de preço e ter recebido atualizações recentemente
O sul-coreano da Kia mudou de geração no ano passado e o alemão da Volkswagen ganhou versão com motor 1.4 – a 2.0 acaba de sair de linha. O paranaense da Audi, que recebeu tecnologia flexível neste ano e é o mais vendido entre os utilitários de marcas premium, completa o quarteto.
O Audi comparece na versão de entrada, Attraction 1.4. Tabelada a R$ 143.190, é a com preço mais próximo ao das opções de topo de Compass (Limited, a R$ 129.990) e do Sportage (por R$ 139 990). O Tiguan tem configuração única, a R$ 128.270.
Compass e Sportage se destacam pelo espaço interno e pela ampla lista de equipamentos. O ponto forte de Tiguan e Q3 é o conjunto mecânico, que resulta em melhores desempenho e consumo de combustível.
No quesito preço, foi considerada a relação entre a tabela sugerida para o modelo e os itens de série que ele oferece.

custo-benefício
A vitória do Tiguan foi uma surpresa, pois o carro vendido no Brasil está no fim de seu ciclo de vida. A nova geração já é vendida na Europa e chega ao país no ano que vem. Ainda assim, o motor 1.4 o deixou muito competitivo diante dos rivais, a começar pelo preço, o mais baixo do comparativo.
Esse alemão vem com menos itens que Sportage e Compass, mas há um pacote que eleva seu preço a R$ 134.307 e o deixa bem pareado aos rivais no quesito equipamentos. O kit inclui câmera na traseira, ar-condicionado com duas zonas e rodas de 18 polegadas. Outro extra é o teto solar, não disponível nos concorrentes. Com esse item a tabela vai a R$ 141.332. Em equipamentos importantes, faz falta o banco de couro.
O desempenho do Tiguan é impecável. O motor 1.4 flexível rende 150 cv e entrega bons 25,5 mkgf a 1.500 rpm. O câmbio automatizado de seis marchas e duas embreagens, rápido e preciso, proporciona respostas imediatas aos comandos do pedal do acelerador.
O Volkswagen é ágil no trânsito e silencioso em velocidade de cruzeiro, em que a rotação do motor permanece em faixa bastante baixa. O consumo de combustível também é o mais baixo do comparativo. Porém, tanto para o Tiguan quanto para o Q3, o Inmetro só divulga dados aferidos com gasolina.
Com controles de estabilidade e tração e direção com assistência elétrica muito precisa nas respostas, o VW passa sensação de segurança ao motorista em qualquer situação. O ponto fraco é o porta-malas, bem menor que o dos três rivais. Além disso, seu visual, tanto externo quanto interno, está datado. As fotos são da versão 2.0.

itens de série
Graças à excelente relação preço-equipamentos, a melhor entre a dos modelos deste comparativo, o líder de vendas conseguiu uma boa segunda colocação. O Compass é aquele carro que tem tudo, mas não sobressai em nada.
De série, só ele traz central multimídia com tela sensível ao toque. O monitor é grande e oferece boa visibilidade dos dados. Além disso, tem uso bastante intuitivo.
Há também detector de pontos cegos, mas esse equipamento não é muito funcional. O alarme, alto demais, é acionado o tempo todo, até quando os carros na faixa ao lado estão longe. Isso assusta o motorista. Outros destaques são o ar-condicionado de duas zonas, o freio de estacionamento elétrico, a câmera na traseira e os bancos de couro.
O ponto fraco do Jeep é o motor 2.0 flexível. Com até 166 cv, é o mais potente do quarteto, mas seu torque (20,5 mkgf a 4.000 rpm) não é suficiente para dar agilidade ao carro – o Compass é pesado, com mais de uma tonelada e meia.
O Jeep sofre especialmente nas retomadas a partir de baixas velocidades, mas consegue se sair bem quando a subida de rotação é mais gradual. O câmbio automático de seis marchas não tem credencial para fazer milagre, mas também não limita o potencial do 2.0.
O utilitário tem um rodar bastante confortável, mas sem ser ‘bobão’. O ajuste da suspensão, mais para o mole, não compromete a sensação de segurança do motorista, e a direção tem boas respostas. O espaço interno é bom, mas o porta-malas, com 410 litros, desaponta para um modelo desse porte.
O visual externo é parrudo e dá a impressão de que o Jeep é robusto. A cabine é bonita, mas falta um pouco de zelo no acabamento e na qualidade dos materiais de revestimento dos painéis, por exemplo.
O seguro do Compass é, juntamente com o do Tiguan, o que apresentou as cotações mais baixas. Por outro lado, as três primeiras revisões só não são mais caras que as do Q3.

Amplitude
A nova geração do Kia surpreende pelo estilo. O desenho da carroceria pode até ser polêmica, mas chama a atenção. Os faróis são “livremente inspirados” nos do Porsche Cayenne. As imensas rodas, de 19 polegadas, também ajudam o sul-coreano a sobressair na “multidão”.
Por dentro, o acabamento não seduz, apesar de ser bem-feito. A tela da central multimídia é pequena e há muitos botões em volta dela. A função sensível ao toque liberaria espaço para um monitor maior. Mas é na cabine que estão os dois maiores méritos do Sportage, que é espaçoso e traz um imenso porta-malas.
O Kia capricha nos itens de série. Há banco do motorista com ajuste elétrico e três modos de condução (que os rivais não têm), além de start&stop, mas falta câmera na traseira.
Na hora de acelerar, o desempenho entregue pelo motor 2.0 flexível de 167 cv é muito parecido com o do Compass. Falta fôlego em baixa rotação e a agilidade só começa a melhorar a partir de giros mais altos. Outro senão do Kia é o câmbio, que atrapalha um pouco mais que o do rival. Como o Jeep, o Sportage é ‘pesadão’. O Kia surpreende por ter baixo custo de manutenção. Já o seguro só não é mais caro que o do Q3.

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concorrente A sofisticação ao volante do Q3 é superior até a do Tiguan, com o qual tem muito em comum

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