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Terror coloca em xeque o ‘infilmável’

‘Quando as Luzes de Apagam’ estreou na semana passada

Luiz Carlos Merten / AE

James Wan é o novo Midas do terror em Hollywood. Como diretor e produtor, seu nome está ligado a boa parte do que se faz hoje em Hollywood para satisfazer o desejo do público – jovem, principalmente – de sentir medo em segurança no escurinho do cinema. Psicanalistas podem teorizar sobre esse desejo de esbaldar o Id como reflexo de uma crise social. James Wan produz e David F. Sandberg dirige Quando as Luzes se Apagam. É um dos dois filmes de terror que estrearam na quinta-feira (18). Quando as Luzes se Apagam investe no terror sobrenatural, o outro – Águas Rasas, de Jaume Collet-Serra – é mais concreto. Uma mulher é atacada por um tubarão no mar e se refugia em um recife, no meio do oceano. O predador marítimo fica ali rondando. Até quando ela irá resistir?
O curioso é que, apesar de todas as suas diferenças, ambos os filmes estão ligados à figura da mãe. A de Águas Rasas morreu e é para espairecer um pouco, para refletir sobre o significado da perda, que a filha se isola em uma praia selvagem. Vulnerável, ela se torna uma presa para o tubarão. A mãe de Quando as Luzes se Apagam está viva, mas deixou que uma fantasia mórbida se apossasse de sua mente e essa entidade maligna – Daiane – se instala na casa, ameaça os filhos.
Há uma questão complexa permeando Quando as Luzes se Apagam. Refere-se à representação do indizível. Não, não estamos falando do Holocausto, em O Filho de Saul, de Laslo Nemes, que ganhou o Oscar de filme estrangeiro neste ano. O indizível em Quando as Luzes se Apagam é de outra natureza. A mãe é louca. Fala com a estranha Daiane, deixa que ela suma com um marido e, depois, com o outro.

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