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Programa atende mais de 13 mil de mulheres

Dois anos do Programa de Rastreamento do DNA do HPV

O Programa Indaiatubano de Rastreamento do Câncer de Colo de Útero com teste de HPV desenvolvido em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Roche Diagnóstica completou dois anos de implantação e já alcançou 13.500 mulheres, passando da meta estabelecida de 5 mil exames por ano. O exame permite que Indaiatuba seja pioneira no país na detecção do vírus HPV, causador desse tipo de câncer, antes mesmo que a mulher desenvolva a doença.
Ao detectar o vírus antes que ele comece a causar lesões no órgão, o exame proporciona uma importante redução nos casos de câncer de colo de útero e, desta forma, Indaiatuba se tornará uma referência para todo o Brasil, inclusive para o Ministério da Saúde, que futuramente pode adotar o procedimento na Rede de Atenção à Saúde da Mulher.
A idade indicada para o procedimento é entre 25 e 64 anos, e a população alvo do rastreio de Indaiatuba é de 55.843 mulheres. Até setembro de 2019 foram feitos 13,5 mil  exames, desse montante, 87% retornaram com resultado negativo; 3,3% afirmou positivo para HPV16 e/ou para HPV18 e encaminhadas para colposcopia, que é um procedimento médico para avaliar o colo do útero e os tecidos da vagina e vulva por via de um instrumento que amplia e ilumina estas estruturas. Outros 2,7% tiveram teste positivo para outros 12HPV com alterações na citologia e também foram encaminhadas para colposcopia.
As colposcopias triadas por testes de HPV+ foram positivas em 72% dos casos, 34% para teste de HPV16+, 30% HPV18+ e 22% para outros 12 HR-HPV+ e resultaram em biópsias do colo. Cerca de 50% das biópsias por qualquer dos testes positivos resultaram em NIC2 ou pior. No geral, houve 26% de NIC2, 22% de NIC3 e dois casos de Câncer microinvasor, ou seja, mulheres que apresentavam lesões de risco para câncer no futuro se não houvesse a intervenção do programa.
De acordo com o médico Dr. Júlio Teixeira, que é diretor da Oncologia do Hospital da Mulher (Caism-Unicamp) o câncer do colo de útero é 100% tratável se identificado em fase inicial, no entanto a mortalidade por esse tipo de câncer ainda é alta. No Brasil há uma morte a cada 90 minutos em mulheres na faixa dos 45 anos (6,5 mil mortes em 2018). “No SUS há diretrizes atualizadas com citologias anuais pagas que cobrem 80% da demanda, no entanto, a real cobertura de exames de Papanicolau cobre 30% das mulheres com indicação para o exame. É evidente que precisa de uma mudança para diminuir a mortalidade”, explica e continua, “dessa forma elencamos os pré-requisitos para mudar esse cenário, que são: organizar o rastreio; registro populacional; evitar o excesso de testes; mudança de comportamento e atingir a cobertura real de mais de 80%. Dentro disso, era preciso encontrar uma cidade com maior registro de cartão SUS; melhor desenvolvimento da Rede Básica; sistema de informação implantado e registro da população e, assim, que encontramos Indaiatuba”, conta Dr. Teixeira.
O estudo é coordenado pelos médicos ginecologistas e pesquisadores da Unicamp, Dr. Luiz Carlos Zeferino e Dr. Júlio César Teixeira. Eles elaboraram o projeto há alguns anos e encontraram na Roche Diagnóstica um apoiador que permitiu a implantação da ação. A empresa disponibilizou equipamentos automatizados, insumos e recursos para aprimorar o sistema de rastreamento e possibilitar a avaliação da viabilidade econômica da implementação deste tipo de rastreio no Sistema Único de Saúde.

VACINAÇÃO CONTRA HPV
A ação faz parte integrante do Preventivo (Programa Indaiatubano de Rastreamento do Câncer de Colo de Útero com teste de HPV), implantado por meio da parceria entre as Secretarias de Saúde e Educação e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O objetivo foi vacinar meninos e meninas da faixa etária entre 9 e 10 anos. A intensificação foi realizada na saída das aulas das escolas municipais, organizada pelas Unidades de Saúde. A cobertura vacinal para essa faixa etária atingiu 70% este ano.

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