Cristiane Ayosa
Psicóloga e Psicopedagoga
CRP 06/67850
Colocar limites é a arte de ensinar os comportamentos apropriados às crianças. Mesmo sendo considerada uma tarefa nada fácil, é possível, sim. Mas o que aconteceu durante as últimas décadas para as avós falarem: “no meu tempo não era assim”?
O mundo realmente mudou. Com a ida da mulher ao mercado de trabalho, a dinâmica familiar acabou sofrendo diversas modificações. Atualmente os pais precisam trabalhar cada vez mais para garantir o bem-estar dos filhos. No entanto, a ausência provoca em muitos o sentimento de culpa. Na tentativa de compensar as exaustivas horas de trabalho, os pais não conseguem dizer “não” aos seus filhos, permitindo-lhes que façam tudo o que quiserem.
Infelizmente, o resultado desse processo é a perda de autoridade dos pais e a falta de limites dos filhos. Os limites são importantes na vida da criança, pois eles funcionam como uma rede de segurança. As relações humanas são permeadas por regras de convivência em grupo. Seja na família, no trabalho ou nas situações sociais, sempre existem “normas” que asseguram os direitos e deveres de todos.
Enfim, quem não respeita regras pode acabar sendo “punido” com a não aceitação dos outros. Assim, a principal consequência da falta de limites desde a infância é a dificuldade em construir vínculos duradouros e estáveis, o que poderia favorecer o isolamento e a baixa autoestima.
Ensinar regras para a criança requer tempo e exige a compreensão e paciência dos pais. É muito importante ser explícito com o filho, mostrando-lhe exatamente o que se espera dele, o que pode e o que não pode ser feito, e quais serão as consequências de suas atitudes. No entanto, vale sempre lembrar a todos que violência e punições severas prejudicam o desenvolvimento da criança.
Concluindo, o limite é antes de mais nada um fator fundamental para a formação da saúde mental da criança e do futuro adulto.
