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‘Guardiões da Galáxia’ voltam para ‘arrebentar’

Longa-metragem entrou em cartaz nos cinemas ontem (27)

Luiz Carlos Merten

É a pergunta que não quer calar: é possível se emocionar, a ponto de chorar, com um filme de super-herói? Nos últimos anos, diretores/ autores como Christopher Nolan e Zack Snyder elevaram o longa de super-herói – Batman, Superman – a um patamar, digamos, trágico, rico em significados mitológicos. James Gunn vai por essa tendência autoral, mas com preocupações próprias, em ‘Guardiões da Galáxia Volume 2’. Volume 1 já era bom. O 2 é melhor. Foi o que prometeu ao repórter o próprio diretor, em dezembro, quando esteve em São Paulo na Comic-con Experience. Gunn não deixou por menos. “Se você gostou do primeiro, vai gostar muito mais do segundo.” E acrescentou uma informação que, na época, ficou um tanto vaga, mas que agora faz todo sentido. “Os personagens estão todos mais trabalhados. Você verá que cada um tem uma história, um peso, uma motivação.”
‘Guardiões Volume 2’ estreou ontem (27), em salas de todo o Brasil. O primeiro foi aquele êxito planetário, atingindo, rapidamente, a marca antes impossível do bilhão de dólares. Entre um e outro, Chris Pratt estrelou ‘Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros’, que também faturou mais de US$ 1 bilhão. Chris Pratt, com dois filmes, o homem de US$ 2 bilhões? Aonde o levará o 3? US$ 3 bilhões? Para James Gunn, Pratt é um caso, e raro. “Ele tem o charme e o carisma dos astros de antigamente. É viril sem ser agressivo. Possui um recato natural, que imprime na tela, diante das mulheres. E Chris veste com propriedade a sua ‘suit’ (roupa/ uniforme) espacial.”
No seu painel na CCXP, Gunn já havia dito que era certamente “menos assustador participar do evento com um personagem que o público já ama”. Como Gustave Flaubert – “Madame Bovary sou eu” -, o cineasta disse: “Rocket, o guaxinim, sou eu. Identifico-me com ele. É um outsider. E Guardiões é sobre excluídos, por isso é tão bom receber essa resposta de vocês (o público entusiasta da Comic-con).” O público pode ver Volume 2 pela ação, pelo humor, pelos efeitos, sem se importar nem um pouco com a curva dramática. Mas, digamos que, depois de ler esse texto, você se interesse em conferir. Pratt – Quill/ Senhor das Estrelas – reencontra o pai, mas não o afeto. É bom não entrar em detalhes – olha o spoiler – para não tirar a graça da descoberta do filme pelo espectador, mas o princípio dramático fundamenta-se sobre a inversão. Temos o pai, e o padrasto. Onde está o amor? O de Quill por Gamora/ Zoe Saldana não ousa dizer seu nome. Ele tenta – “Eu sei que você sente o mesmo que eu sinto” -, mas as palavras não são ditas. Serão no Volume 3, que Gunn também vai dirigir?

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