Explosão no consumo de vídeos online coloca em xeque o futuro

AE/Bruno Capelas

Hoje, o mundo todo assiste a mais de 1 bilhão de horas de vídeo todos os dias no YouTube, segundo o Google. É como se os 7,5 bilhões de habitantes da Terra tivessem uma cota diária de oito minutos de vídeos no serviço. Se a estatística considerar só os conectados – cerca de 3,4 bilhões de pessoas, segundo a União Internacional de Telecomunicações -, essa taxa salta para 17 minutos de vídeo por dia.
O serviço de streaming Netflix exibe séries e filmes por 116 milhões de horas todos os dias, enquanto a ferramenta de vídeo ao vivo do Facebook registra o consumo de mais 100 milhões de horas de vídeo diárias. As métricas das três empresas mostram o potencial da internet para o consumo de vídeos e como isso pode mudar profundamente nossa relação com a TV na próxima década.
Os números do vídeo online são tão impressionantes, que levaram Reed Hastings, presidente-executivo da Netflix, a fazer uma previsão ousada. “Em dez ou 20 anos, 90% do que as pessoas vão assistir estará online”, disse ele na feira de tecnologia Mobile World Congress, realizada no fim de fevereiro em Barcelona, na Espanha.

CONECTADO
Nos Estados Unidos, há anos se discute um fenômeno chamado ‘cord cutter’ (cortar o cabo, em tradução literal), que dá nome a um tipo de usuário que deixa de pagar pela TV por assinatura para assistir a vídeos apenas pela internet, seja em sites gratuitos, como o YouTube, ou serviços de streaming, como Netflix. Controverso, o conceito pode ganhar força com um novo tipo de serviço, oferecido por grupos como a operadora AT&T (DirecTV Now) e o próprio YouTube (YouTube TV).
Por enquanto, porém, parece precipitado afirmar que todos estão ‘cortando’ a TV paga. Hoje, a TV ainda é importante no entretenimento do país: segundo dados da Kantar Ibope Media, o brasileiro assistiu no ano passado, em média, 6 horas e 17 minutos de televisão por dia, entre TV aberta e fechada.

Conteúdo somente para assinantes. Por favor faça o login

Notícias Semelhantes