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Educação híbrida é realidade

O gestor de Governo e Finanças de Jundiaí, José Antonio Parimoschi, relata as ações a longo prazo

Administrar o orçamento de uma cidade como Jundiaí, que representa 2% do PIB de todo o estado, em meio a uma drástica epidemia, com consequências econômicas ainda não mensuradas, é uma tarefa que exige 24 horas de trabalho e estratégias novas para adequar prestação de serviços e transmutar a economia local para a Era Digital. A tarefa do workaholic gestor de Governo e Finanças de Jundiaí, José Antonio Parimoschi, exige e tem sua total dedicação. Administrador Pós-graduado em Gerente de Cidades pela FAAP, subsecretário e secretário-adjunto de Planejamento e Gestão no Estado de São Paulo e professor da Pós-graduação da FAAP, Parimoschi salienta que o município irá se preparar para o ensino híbrido, com novo modelo educacional e tem investido em formação de novos empreendedores para evitar o desemprego.

Como o município irá equalizar suas receitas e despesas em um ano que começa ainda sob ameaça da pandemia?
Fizemos um ajuste nas contas públicas em 2017, quando chegamos neste primeiro período de governo. A cidade estava endividada e os serviços públicos deteriorados. Cortamos 30% dos cargos em comissão, reduzimos estruturas, contratos e ajustamos a despesa do tamanho da arrecadação. A partir daí, a austeridade nos gastos e o equilíbrio fiscal são dois valores permanentes da Gestão Financeira de Jundiaí. O prefeito já determinou que não haverá aumento de salário nem para ele nem para os secretários em 2021, o primeiro sinal de que economia começa pelo exemplo.

A Saúde gastou mais que a Educação em 2019, invertendo a lógica dos gastos. Isto será tendência para 2021 e futuro?
Saúde é prioridade desde o início do governo, em 2017, e continuará recebendo atenção especial nos próximos anos. Mais da metade da população não tem plano de saúde e depende do SUS para cuidar da saúde. Em Jundiaí, os investimentos em Saúde são prioritários, independentemente das necessidades da Covid-19. Em 2019, aplicamos R$ 563 milhões em Saúde, 11% a mais do que 2018. Em 2020, fecharemos um valor maior que este em razão dos gastos com a pandemia e do aumento na prestação de serviços para a população como a oferta de mais exames e consultas com especialistas, por exemplo. O orçamento de 2021 já abre com R$ 618 milhões previstos para a Saúde e R$ 605 milhões para a Educação. Ambas áreas ficam com metade de todo o orçamento do município. No próximo ano teremos a nova UPA e Clínica da Família da Vila Hortolândia entregues à população, funcionando plenamente e a reforma de diversas novas UBS e o início das obras da UPA Ponte São João.

Como manter a qualidade do ensino em ano com educação híbrida? Quais os investimentos do município na Educação a Distância?
A pandemia trouxe inúmeros desafios à vida das pessoas, principalmente na Área da Educação, que interrompeu o ensino dentro das escolas para dar espaço à educação online. Como forma de se adaptar à nova realidade sem trazer prejuízo aos alunos, entra em cena o ensino híbrido – uma mistura do ensino presencial com o ensino a distância usando a tecnologia. Em 2020, a Unidade de Gestão de Educação já adotou medidas para atender nossos alunos a distância, mas ainda de forma provisória. Porém, foi realizada uma grande pesquisa com os pais de alunos e Profissionais da Educação para diagnosticar a real situação de cada segmento para poder planejar como levar Educação a Distância, quem tem conexão de internet, equipamentos de informática etc. A partir desse diagnóstico, estamos estruturando um plano de ação para implantar o ensino digital em toda a Rede Municipal, a partir de 2021. São investimentos que serão feitos nos próximos quatro anos para viabilizar essa nova modalidade de ensino, que veio para ficar, independentemente da pandemia. O programa Escola Inovadora será fortalecido.

Como investir em obras e infraestrutura com este orçamento mais apertado?
O investimento em Obras e Infraestrutura é uma ação constante da Prefeitura de Jundiaí, mesmo durante a pandemia. Em 2019, o Prefeito Luiz Fernando Machado lançou o programa ‘Avança Jundiaí’, o maior pacote de investimentos na história da cidade, somando, ao todo, R$ 174 milhões em recursos aplicados em várias áreas, especialmente Saúde, Educação, Mobilidade e Segurança. Este pacote de obras continua em execução em 2021, com a entrega de equipamentos que foram iniciados em 2020, como a Escola Joaquim Candelário de Freitas, na Vila Hortolândia e a nova UPA e Clínica da Família. Esses investimentos contribuem para melhorar o serviço e o desenvolvimento socioeconômico da cidade, viabilizando também benefícios diretos aos cidadãos, como a atração de novas empresas e empregos para a cidade. Além disso, já temos um pacote de R$ 30 milhões, em parceria com o BNDES, para investir na melhoria da Segurança Pública. São investimentos para ampliar o número de câmeras de vigilância nos bairros e colocar mais guardas e inteligência no patrulhamento da cidade.

O isolamento social, retrocessos do Plano SP, poderão impactar quais setores econômicos do município e como equalizar esta perda?
A pandemia afetou o mundo todo em diversos setores. No Brasil, os pequenos negócios e microempreendimentos foram fortemente afetados pela crise. E tem muita confusão nas diretrizes dos governos federal e estadual, que não respeitam as realidades municipais. Muitos fecharam as portas e um enorme contingente de trabalhadores perdeu o emprego. Atualmente temos a maior taxa de desemprego dos últimos tempos. Em Jundiaí, nos antecipamos aos efeitos econômicos da pandemia e o prefeito criou uma força-tarefa, com inúmeras entidades representativas da indústria, comércio e serviços da cidade para recuperar a economia local. Em abril, um mês após iniciar o plano de contingência da saúde para enfrentar o coronavírus, lançamos o programa Jundiaí Empreendedora, em parceria com o Sebrae, que realizou até agora 143 ações e 5,5 mil pessoas foram capacitadas ou participaram de workshops, webinars, com o objetivo de qualificar nossos empreendedores e evitar o fechamento de empresas e vagas de empregos. Agora no começo de 2021, lançaremos a segunda etapa do Jundiaí Empreendedora. Vamos triplicar o número de participantes e também ampliar as atividades e parceiros envolvidos. A inovação nos modelos de gestão, de vendas digitais e outros serviços que envolvem tecnologia, são os destaques.

Quais ações sociais serão realizadas para a população em situação mais vulnerável?
No programa Jundiaí Empreendedora, estão embarcados os cursos rápidos oferecidos pelo Fundo Social de Solidariedade, pela TV TEC e pela Cijun, destinados para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade ou em busca de um posto no mercado de trabalho. Contudo, a Prefeitura também tem um Plano de Segurança Alimentar, que foi lançado em abril deste ano, juntamente com o Jundiaí Empreendedora, com o objetivo de reduzir os impactos sociais da pandemia. O objetivo é assistir às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, inseridas no Cadastro Único e beneficiadas do Bolsa Família. De abril a final de dezembro, a Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social, em parceria com igrejas e outros organismos comunitários, foram entregues 44.565 cestas básicas e todos os esforços prosseguem para arrecadação, com o apoio da Rede Jundiaí de Cooperação, que continua captando doações junto à Iniciativa Privada, que se somam ao que a Prefeitura já adquiriu, com o intuito de garantir mais dignidade às famílias e cidadãos jundiaienses que foram afetados pela pandemia e não encontram alternativas a curto prazo. A determinação do prefeito é para não deixar ninguém para trás.

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