Depois de 26 anos, o filho atira em pai para “vingar” assassinato da mãe

Crime ocorreu no Morada do Sol e foi esclarecido pela polícia. Pai morre em hospital; Filho está preso

Indaiatuba registrou um crime digno de romance policial ou um roteiro de filme: depois de 26 anos, filho “vinga” o assassinato da mãe atentando contra a vida do próprio pai. O crime aconteceu por volta das 15h30, do sábado, 6 de agosto, próximo ao Supermercado São Vicente, no cruzamento da Rua João Martini e Rua Maria José de Assis Lira no bairro Jardim Morada do Sol.

De acordo informações de testemunhas, a vítima (o pai) é vendedor ambulante e foi baleado por um motociclista (o filho) com pelo menos 4 disparos.

O ambulante, que agora sabemos ser o senhor Valdevino Marciano, 66 anos, ficou internado por dias na unidade UPA do HAOC (Hospital Augusto de Oliveira Camargo), acabou falecendo na tarde dessa última quarta-feira, dia 17, em decorrência dos gravíssimos ferimentos.

Passional
Em 1996, por ciúmes, Valdevino tirou a vida de sua companheira, Maria Amélia, então com 38 anos, com um tiro de revólver no ouvido direito. A intenção era simular um suícidio. Mas não deu certo. O suposto assassino então fugiu e ficou foragido por muitos anos. Até que o crime prescrevesse. Inclusive, Valdevino abandonou os filhos. Ele nunca foi preso pelo crime e sequer julgado. Além disso, as informações deram conta que após fugir de Indaiatuba, Valdevino se estabeleceu na cidade de Sorocaba e lá constituiu uma nova família.

Retorno
Há cerca de dois anos, ele resolveu voltar para Indaiatuba. E para se sustentar montou uma barraca de milho verde com ponto próximo da esquina do Supermercado São Vicente, no Jardim Morada do Sol.

Assim que ficou sabendo da notícia do retorno do pai, um dos filhos mais novos dele, o Anderson, acabou por perder a cabeça e atirou contra Valdevino. Anderson foi preso em sua casa e cumpre prisão temporária decretada pela Justiça.

Punição
Em princípio, Anderson precisa aguardar o inquérito da polícia civil ser encerrado. Mas, de acordo com as informações que circulam pela imprensa é muito provável que ele seja indiciado por Homicídio Privilegiado – crimes motivados por valores sociais comuns, compaixão, piedade ou quando o autor está sob domínio de violenta emoção. Por exemplo, o pai que, tomado pela emoção de ver o filho assassinado, mata o autor do crime em seguida ou Homicídio Qualificado – quando o crime é premeditado. A pena pode variar entre 12 e 30 anos de prisão.

Mágoa e provocações
De acordo com a reportagem do programa Balanço Geral, da TV Record, assim que retornou para Indaiatuba, Valdevino Marciano tentou algum tipo de reaproximação com o filho Anderson. Mas, este não a queria. Diariamente o pai passava em frente ao comércio do filho, uma barbearia, e “puxava” conversa.

Anderson insistia que não queria qualquer tipo de contato. Deixava claro que não considerava Valdevino seu pai e, mais adiante, pediu para que este sequer passasse pela porta de seu estabelecimento. A julgar pela reportagem da Record, a mágoa estava longe de estar curada e as tentativas do pai soavam como provocações.

Numa discussão mais intensa, Valdevino afirmou que continuaria passando naquela rua e naquela calçada porque a via era pública e ele tinha direito. Ao que parece, esta foi a “gota d’água” para o crime de Anderson.

“Marido mata mulher com tiro no ouvido”

A diarista Maria Amélia da Silva Marciano, 38 anos, foi encontrada gravemente ferida com um tiro de resolver no ouvido direito que transfixou para o lado esquerdo. O crime aconteceu no CECAP III, em Indaiatuba. Socorrida ainda com vida, Maria Amélia faleceu em decorrência do ferimento pouco depois de dar entrada no Pronto Socorro do HAOC (Hospital Augusto de Oliveira Camargo).

O crime aconteceu em 1996. Os indícios, levantados pela polícia na época, acabaram por apontar na direção do marido de Maria Amélia, Valdevino Marciano, então com 40 anos de idade., como o autor do crime. Os investigadores acreditavam que Marciano tentou simular um suicídio. Mas o plano não funcionou. Mesmo porque a arma utilizada nunca foi encontrada. Além disso, um bilhete mal escrito, encontrado ao lado do corpo, sugeriu que o crime havia sido premeditado.

De acordo com Pedro Gomes da Silva, pai de Maria Amélia, em depoimento à época, Valdevino Marciano tinha um ciúme doentio da esposa e, por inúmeras vezes, chegou a espancá-la e todas as ocorrências foram registradas na Delegacia da Mulher. Valdevino acabou foragido, estabeleceu-se na cidade de Sorocaba, formou nova família, nunca foi preso ou julgado pelo suposto crime e após a prescrição do caso acabou retornando para Indaiatuba.

Fotos: Guarda Civil e Reprodução Internet

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