Aproveitando a aclamação na semana passada do novo Papa, o cardeal Robert Frances Prevost, que será conhecido agora como Leão XIV, nada mais justo do que assistir (ou rever) o filme Conclave — uma produção dos EUA e Grã-Bretanha de 2024 que estreou no Prime Vídeo em janeiro de 2025.
Profundo
Além de retratar como acontece a reunião que define um novo Papa no confinamento da Capela Sistina, o longa-metragem vai fundo em alguns pontos que deixam a Igreja bastante desconfortável como, por exemplo, abuso sexual, paternidade indesejada, vícios (bebidas e fumo), politicagem, corrupção, poder, ódio, fúria, vaidade e ambição.
E tudo isso dentro de uma espécie de grupo de elite católico, que sugere exemplo para todos, conhecido como ‘Colégio de Cardeais’.
O ponto espiritual que se extrai desse roteiro é que somos seres humanos falíveis e, a partir daí, que devemos encarar a religião.
O filme ainda tem um final inesperado e cruel para os mais conservadores.
Oscar
Conclave recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator, mas venceu somente na categoria Melhor Roteiro Adaptado — o filme é baseado no romance de Robert Harris de 2016.
No elenco estão Ralph Fiennes (O Paciente Inglês), Stanley Tucci (O Diabo veste Prada), John Lithgow (The Crown) e Isabella Rossellini (Minha Amada Imortal).
Erros
Apesar de buscar precisão para mostrar como funciona o verdadeiro conclave, o filme toma algumas liberdades que não acontecem no mundo real pela dramaticidade do roteiro. Entre elas, a chegada de um cardeal desconhecido de surpresa que havia sido consagrado em segredo pelo falecido Papa. Também a duração do confinamento. Outro erro: é absolutamente impossível que surjam denúncias e escândalos durante o período em que os cardeais estão enclausurados (esse, até, é um dos motivos do conclave).
São escorregões drámaticos que não tiram do filme a qualidade como um thriller de suspense e que vale à pena ver.
