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Carro do futuro será vermelho

AE/Lucas Massao

Quem gosta de observar a paisagem urbana já deve ter percebido que, em São Paulo, por exemplo, as ruas são dominadas por carros nas cores branca, preta e prata. Nos próximos anos, porém, o cenário terá predominância de veículos vermelhos. É nisso que apostam Alex Amorim e Mateus Aquino, executivos de empresas que ajudam a identificar quais serão os tons mais populares para a indústria automotiva e o perfil dos clientes quando o assunto é cor.
Diretor do laboratório automotivo da fabricante de tintas e vernizes PPG, Amorim diz que o vermelho é uma das cinco cores clássicas de carros do Brasil – juntamente com preto, prata, branco e cinza.
Para Aquino, presidente da empresa de revestimentos líquidos Axalta Brasil, são as clássicas que vão continuar dominando o mercado. “A hegemonia não mudou nem mudará em um futuro próximo, pois esses tons já predominam no país há mais de dez anos.”
Entre as razões está o fato de o brasileiro encarar o veículo como investimento. No mercado de usados, há a crença de que é mais fácil revender veículos de tons tradicionais.
Segundo os especialistas, a alternância entre as cores clássicas é comum, e sempre começa pelo mercado de luxo. “Esse setor tem chances de adotar tons mais ousados, enquanto o de carros populares mantém as conservadoras”, diz Aquino. Para ele, a ousadia dos luxuosos pode se refletir nos modelos de marcas generalistas. “Há dez anos, ninguém compraria um carro branco. Foi só a BMW usar o branco perolizado, que, em 2016, 37% dos veículos novos tinham esse tom.”
Agora, a branca é a cor de carro mais comum no Brasil. Atrás dela vêm a prata (29%), a preta (12%), a cinza (10%) e a vermelha (8%).
Por isso, os especialistas acreditam que vermelha é a próxima ‘onda’ da indústria de carros no Brasil. “Como o nosso consumidor é tradicional, ele demora para mudar. E, quando muda, escolhe outra cor clássica”, afirma Amorim.
Tons como amarelo e azul, muito comuns na Europa, por exemplo, não deverão ter vez por aqui a curto prazo, de acordo com os especialistas. Essas cores, que fogem muito do tradicional, devem continuar restritas a veículos de nicho, principalmente esportivos.
A decisão final das montadoras, contudo, “é sempre pensada para combinar com o estilo do carro”, diz Amorim.

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