Barbie e Robe

Daniela Pioli

Pensamentos & Reflexões

Hoje, há uma legião de mulheres e homens que sofrem por não se enquadrar num padrão de beleza imposto, sinônimo de verdadeira tortura. Suando nas academias de ginástica, submetendo-se à cirurgia plástica, ou fazendo dietas rigorosas, é cada vez maior o número de pessoas em busca da perfeição. Como a perfeição não existe, haja insatisfação! E muitas vítimas de distúrbios alimentares.
É triste ver que o corpo está aprisionado, pois é sempre outro que diz como ele tem que ser – e esse outro é homem e a mídia! As feministas dizem que com essa ditadura da beleza é como se jogasse pelo ralo todo um trabalho e as conquistas da mulher. Porque não há como se dedicar maciçamente para que o corpo se enquadre num padrão, e ser também boa mãe, gostosa, boa mulher, boa profissional.
Existe limite entre o que é normal e o que é patológico. É preciso observar a sociabilidade desse sujeito que sofre: se ele tem amigos, se tem vida amorosa, se está trabalhando. Deve-se observar até que ponto a insatisfação com a própria imagem empobrece e restringe sua vida e seu lazer.
O adoecimento está aumentando, as pessoas estão se privando de coisas em função do mal-estar com a própria imagem. Quando Freud inventou a Psicanálise, o mal-estar advinha da repressão da sexualidade. Hoje em dia, advém da insatisfação e da supervalorização do corpo.
A posição defendida aqui não é, de modo algum, a do sedentarismo e acomodação. É saudável e altamente recomendável buscar as melhorias físicas possíveis para se viver com mais saúde e disposição. O problema é quando a auto aceitação é prejudicada e isto gera, consequentemente, algum nível de sofrimento. Se você estiver sofrendo por não conseguir minimamente ter esta autonomia quanto à conformidade estética, um suporte psicológico se faz necessário podendo ajudar a redefinir critérios e requisitos para viver bem.
O importante é poder ser e não ter ou aparecer. Viver é buscar, entender, redirecionar suas escolhas, pensar, questionar, ter consciência critica.
Para concluir deixo Fernando Pessoa finalizar esse tema: “Cada um tem a sua vaidade, e a vaidade de cada um é o seu esquecimento de que há outros com alma igual”.

Daniela Pioli é Psicoterapeuta e Especialista em Psicologia Clinica. Atende Crianças, Adolescentes e Adultos. Orientação de Pais. Consultório: Rua 11 de Junho 673. (19) 38164188.

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