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Alta do preço do 0-km faz crescer procura por carros seminovos

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A vendedora Rita Duarte, de uma concessionária, sabe que precisa de paciência para cumprir a meta do mês. “Antigamente, o cliente fechava negócio na primeira visita. Hoje, ele hesita, com medo de contrair dívidas”, conta. Trata-se de um dos efeitos da crise econômica. Nos quatro primeiros meses de 2016, as vendas da autorizada caíram 40% e houve dias em que nenhum cliente entrou na loja.
Nesses tempos ‘bicudos’, a falta de confiança do consumidor na economia afeta as decisões de compra. “Ele vê o desemprego ao seu redor, pensa que pode ser o próximo da fila e não quer gastar”, diz o consultor de mercado Luiz Carlos Augusto. “Quando não adia a compra, ele migra para um segmento inferior, ou do novo para o usado.”
Em busca de alívio no orçamento, o professor universitário Fernando Abdulkader trocou seu Cruze por um Up!. “Enquanto o Chevrolet rodava 5 km com um litro de etanol, o VW faz 9,5 km/litro. É uma boa ajuda no fim do mês, e a manutenção também é mais em conta.”
Para sair do vermelho, muitos estão aderindo à chamada ‘troca com troco’, em que substituem o carro por outro mais acessível e embolsam a diferença.
“Um cliente trouxe sua Amarok 2015 e pegou uma Saveiro zero-km, mais R$ 50 mil em dinheiro”, diz o supervisor de vendas da loja, Robson Mazarini.
Quando a necessidade de capital é maior, a compra a prazo aumenta o troco recebido. “Alguns financiam até 90% do valor. Ainda que os juros das financeiras tenham subido, é mais vantajoso que recorrer ao cheque especial ou ao rotativo do cartão de crédito”, ele pondera.

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