Ana Cristina Canton
Psicóloga Clínica
Estamos vivendo em um momento de grande incitação à violência, seja ela em forma de música, frase; escondida, às claras; em redes sociais ou em manifestações.
O mundo vem se apresentando cada vez mais cruel com quem é ou apenas pensa diferente. Estamos deixando de respeitar as pessoas, assim como animais, plantas ou outros seres vivos. Cada dia que passa olhamos cada vez mais para nós mesmos e esquecemos de olhar para o outro. Paramos de nos preocupar com as necessidades, com a tristeza alheia.
Os relacionamentos são egoístas; só serve se estiver bom pra mim.
Quando estamos conhecendo uma pessoa temos que entrar nessa relação sem pré-julgamentos. Ouvir o que a pessoa tem pra falar, prestar atenção nas suas histórias sem ficar supondo o que virá a seguir.
Devemos começar a pensar em nos colocar no lugar do outro. Tratar os outros como gostamos de ser tratados.
Sermos mais educados, afinal não custa nada. Sermos mais pacientes, principalmente com idosos e crianças. Parar na faixa de pedestres para que as pessoas atravessem. Ceder mais. Poder prestar mais atenção no outro sem nos esquecermos de nós.
Dar valor ao que os outros pensam, por mais diferente de você que ele pense. Sem preconceitos, sem maldade, sem julgamento.
As pessoas tem dado pouquíssimo valor à vida. Atualmente se agride ou até mesmo se mata por qualquer motivo. Se é que existe algum motivo para se tirar uma vida.
O mundo está caótico. Tudo acontece muito rápido. É muita informação, muita aprendizagem nova a cada segundo e por causa disso estamos tão estressados, tão sem paciência.
Chegamos ao nosso limite? Será que vamos ter que passar por coisas mais graves e mais violentas para começarmos a mudar?
Se olharmos mais pra dentro de nós e percebermos a importância do outro em nossas vidas, respeitando os limites de cada um, os desejos de cada um, talvez possamos fazer um novo começo. É só começar pequenininho: dentro de casa, na sua rua, no seu bairro… Quem sabe assim deixamos de nos tornar absolutamente cegos.
