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Saúde investe em modelo cubano

Dr. Stefani foca na educação, prevenção e Saúde Básica

Da redação

Há quase uma década frente à Secretaria Municipal da Saúde, Dr. José Roberto Stefani falou esta semana à TV Exemplo® sobre a missão de cuidar o melhor possível dos moradores de Indaiatuba. “Nossa cidade é realmente diferente. Temos uma grande equipe e fazemos um grande trabalho em conjunto”, afirma. Para ele, as realizações estão diretamente atreladas à administração planejada e organizada desde a gestão do ex-prefeito, Reinaldo Nogueira, igualmente esforçada na atual gestão do prefeito Nilson Gaspar. “Enquanto a mídia aponta para cidades que têm fechado UBS e hospitais, na nossa cidade eles continuam funcionando. Só nesse primeiro semestre já inauguramos três serviços importantes”, ressalta, com orgulho.
O secretário se refere à UBS Campo Bonito, o Serviço Especializado de Moléstias Infecciosas do Hospital Dia e a Central de Ambulâncias, onde está semeado um projeto ainda maior, a Central do Samu. “Não conseguimos o aval do Governo Federal nem o apoio da RMC, mas assim que for possível vamos implantar esse projeto, com ou sem a RMC”, projeta.
Para Stefani, o mais importante fruto desse trabalho está relacionado à mudança no modelo de medicina aplicado no município: “a medicina no Brasil é baseada no modelo americano, com foco nas especialidades. Desde que estamos à frente da Pasta, porém, temos trabalhado para implantar o modelo cubano, baseado na Educação, Prevenção e Atenção Básica”.
Ele explica a importância da passagem pelo clínico geral, afim de diminuir a demanda desnecessária por atendimentos especializados nos hospitais. “Precisamos de especialidades, é claro. Estamos aumentando o hospital e o Pronto-Socorro por isso, mas é preciso ter também o médico que conhece o paciente”, afirma. Para isso, o município conta com UBS em cada região da cidade. “Ainda falta uma UBS Central, mas ela já está nos nossos projetos”, avisa o secretário.
Para contribuir com a eficiência dos atendimentos e encaminhamentos das UBS, o município conta com um sistema de prontuário eletrônico próprio, que mapeia os atendimentos realizados e identifica as necessidades. Para contribuir ainda mais com essa mudança de hábitos, a partir do dia 7 o agendamento de especialidades passará a ser feito somente a partir do encaminhamento da UBS. “Obviamente que ninguém vai deixar de receber acompanhamento se já está em tratamento, mas as novas demandas deverão vir do clínico geral”, conclui Stefani.
Apesar dos esforços e das evidentes dificuldades da Pasta, o secretário mantém a positividade: “o objetivo é dar o melhor possível, dentro dos recursos que possuímos. Temos vários apontamentos e não temos orçamento para atender todas as demandas, mas isso acontece no mundo inteiro. Não adianta olhar só para as dificuldades. Temos que olhar para tudo que já fizemos e tudo que estamos para fazer”.

100% Saúde
Com ênfase na educação e prevenção, uma das ações de destaque da Pasta nos últimos anos e que ganha força nesta gestão é o Projeto 100% Saúde.
Iniciado em 2015, seu objetivo é tratar a obesidade com seriedade e profissionalismo. Em parceria com a Unicamp, os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar (médico, cirurgião bariátrico, nutricionista e psicóloga) e chegam por indicação de médicos, agentes comunitários da Saúde, ambulatórios de especialidades, Programa de Saúde da Família (PSF) e demanda espontânea.
“Temos uma evolução grande da medicina com novas cirurgias e medicamentos, que promovem uma melhor assistência à saúde, prolongando a vida das pessoas com mais qualidade, mas só isso não é suficiente”, afirma Estefani em justificativa ao nascimento do projeto. “Havia uma demanda muito grande pela cirurgia bariátrica, mas ela nem sempre é o melhor caminho para as pessoas obesas. Elas precisam entender o que é obesidade, o que significa essa doença. Isso remete ao que estamos precisando para a população: educação e prevenção. A hora que você leva conhecimento através desse projeto, com palestras e discursos, as pessoas passam a entender como se faz uma dieta melhor, o quanto é importante a atividade física”, completa.
Com esse foco, o projeto avançou no primeiro semestre de 2017. “Estamos ampliando as discussões para temas como a hipertensão e diabetes. Elas são levadas para os Postos de Saúde e também escolas. Esse trabalho é muito importante e existe uma união de esforços por parte do Governo e das Secretarias. As pessoas têm que entender o seu compromisso com a própria saúde”, salienta o secretário. A exemplo, estão as aulas de culinária saudável do Cresans (Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável) ministradas aos membros do projeto, já citadas pelo secretário da Família e do Bem Estar Social, Luiz Henrique Furlan, na reportagem da semana passada.

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