Ex-prefeito é condenado a 23 anos de prisão

Reinaldo Nogueira, o pai e mais 4 foram condenados, advogado já recorreu

O ex-prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, foi condenado na terça-feira (6) a 23 anos e 4 meses de prisão em regime inicial fechado mais pagamento de multa, acusado por supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em fraude na desapropriação de um imóvel na área rural de Indaiatuba. Juntamente com Nogueira outros 5 envolvidos na investigação da Procuradoria Geral do Estado também foram condenados. Seu pai, Leonício Lopes Cruz, com pena de 17 anos e 2 meses de prisão, Adma e Camila Gallaci, cada uma, a 12 anos de prisão, Rogério Soares e Josué Eraldo que devem cumprir, cada um, 17 anos e 2 meses de prisão, todos em regime inicial fechado com pagamento de multa. A 1ª Vara Criminal de Indaiatuba determinou que todos podem recorrer em liberdade.
Em uma Coletiva de Imprensa realizada ontem (9) Nogueira falou sobre a condenação. Segundo o ex-prefeito as acusações realizadas pelo Ministério Público contra ele e todos os envolvidos causam indignação. Ele afirma que o terreno referenciado no texto da decisão, onde aparece a suposta ligação de seu pai com o caso dizendo que “Leonício detinha posição-chave no esquema criminoso, na medida em que sempre foi o proprietário oculto do imóvel desapropriado, assim como atuava como procurador do filho, o qual foi o responsável legal pela desapropriação”, não chegou se quer a ser escriturado no nome de Cruz, o imóvel adquirido por Leonício em 2004 foi repassado para outro comprador em pouco tempo já que compra e venda de imóveis é uma atividade comum da família. O ex-prefeito afirma que há como provar esse fato isentando seu pai de qualquer envolvimento.
Quanto à acusação da desapropriação do terreno onde foram indicados crimes como superfaturamento, desvio de dinheiro dos cofres públicos e prejuízo ao erário, Reinaldo se apresentou com os laudos da perícia realizada pelo Instituto de Criminalística e homologada pelo juiz local, como prova de que o caso não se enquadra no Artigo 9 ou 10 isentando o ex-prefeito dessas acusações. “Cabe ao juiz julgar, mas ele está acompanhando a denúncia do promotor, não há aqui uma análise mais profunda. Porém, está comprovado no laudo do Instituto de Criminalística que não houve nada disso. Aqui está falando que nós agimos corretamente, que o valor está dentro do avaliado e que a mudança de zoneamento não prejudicou em nada o valor do imóvel”, diz o ex-prefeito.
Na sentença o juiz coloca que o imóvel desapropriado teve seu valor irregularmente valorizado ao ter o zoneamento alterado em 2013. Com isso, na desapropriação o imóvel teve o valor de R$ 9.997.000. Reinaldo foi preso pela primeira vez em junho de 2016 no condomínio onde morava e solto em seguida. Na época, o então prefeito em final de mandato se preparava para tentar uma cadeira no Senado, que segundo ele era um sonho a ser realizado, ele conseguiu uma vaga para disputar a candidatura, mas após o início das investigações desistiu. “Depois de quatro mandatos praticamente, até o ano de 2016 eu nunca havia recebido uma ação criminal, e no ano da eleição eu recebo cinco ações criminais, passados dois anos, novamente, véspera de eleição, começam a sair os resultados aí bem no período eleitoral. Não quero falar em perseguição, mas leva a gente a pensar que é muita coincidência essas coisas acontecerem. Eu nunca vi uma informação como essa chegar tão rápido à Imprensa, é a primeira vez”, ressalta.
Os advogados de Nogueira já entraram com recursos para ele e seu pai e os advogados dos outros envolvidos também afirmaram que vão fazer o mesmo.

Notícias Semelhantes