A campainha do chefe

Durante dez anos de exclusiva dedicação ao Banco, o funcionário Cláudio lutou com unhas e dentes para fazer rápida carreira e tornar-se importante dentro e fora da instituição. Assim, chegou ele ao disputado cargo de contador. Como natural substituto do gerente, passaria a ser chamado de doutor Cláudio, a receber convites para as festas dos mandachuvas da cidade e a tomar parte nos palanques de comícios políticos.
Muito mais importante que tudo isso, para ele, era ter em sua mesa de trabalho uma campainha e ouvir, com imenso orgulho, quando bem entendesse, o tlim, tlim, tlim que se propalava por todo o salão e anunciava a sua presença. Apenas com o leve toque de dedo no botão, alguém surgia às pressas e punha-se às suas ordens, como o servo da lâmpada maravilhosa de Aladim.
Sua primeira providência foi correr às lojas e comprar a melhor campainha, a de mais puro e alto som, a mais cara e apresentável e ajeitou-a na mesa, bem ao alcance das mãos. A deixada pelo seu antecessor, já muito usada e velha.

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