A Polícia Federal de Campinas (SP) realizou, na manhã dessa última terça-feira (26), uma operação contra uma quadrilha especializada em contrabando de cigarros do Paraguai. Segundo a investigação, há indícios da participação de servidores públicos, que recebiam dinheiro para facilitar a entrada e o transporte da mercadoria no Brasil.
A organização entrava com os cigarros no país pela fronteira de Guaíra (PR) e comercializava nas regiões de Campinas e Sorocaba (SP).
No total, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo três somente em Indaiatuba (SP) e um em Sorocaba. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Campinas.
A operação recebeu o nome de “Depurador”, por conta do objetivo da ação, que é coibir tanto os cigarros contrabandeados, que provocam dano ainda maior à saúde, quanto os servidores públicos que integram a quadrilha.
Os investigados podem responder pelos crimes de contrabando e associação criminosa, com penas que podem chegar a 18 anos de prisão.
Foram apreendidos dispositivos eletrônicos que serão analisados pela polícia posteriormente. Todo o material foi levado à Delegacia da PF de Campinas.
O Brasil perdeu quase R$ 90 bilhões nos últimos dez anos em decorrência do contrabando de cigarros. Hoje, quase metade (48%) dos cigarros consumidos no país é ilegal, segundo levantamento do Ipec Inteligência, sendo que a maioria é contrabandeada principalmente do Paraguai.
Estima-se que essa produção excedente de cigarros das fábricas paraguaias abasteça o contrabando, principalmente para o Brasil. Sem pagar impostos, o produto ilegal atrai o consumidor brasileiro, especialmente o de baixa renda, pelo preço, que chega a ser até 65% mais baixo que o produto legal, propiciando uma elevada margem de lucro para os criminosos.
Foto: Polícia Federal