Equinox e Compass fazem briga de médios

Novo Chevrolet encara versão a diesel do Compass, líder de mercado

Por Rafaela Borges/AE • Foto Divulgação

O Equinox chega ao país apostando no motor potente e na ampla lista de equipamentos para seduzir os clientes de utilitários-esportivos médios. Em versão única, tabelada a R$ 149.900 e sem opcionais, o Chevrolet desafia o Jeep Compass, líder de vendas do segmento que, na opção Longitude com motor a diesel tem, além de preço próximo, tração 4×4 (de série no novato que vem do México).
O modelo feito em Goiana (PE), que parte de R$ 142.790 e pode chegar a R$ 158.130 com os opcionais disponíveis, é bem equipado e seu motor 2.0 lhe garante agilidade. Ainda assim o Compass é inferior ao Equinox nesses aspectos e os quesitos em que sobressai não foram suficientes para fazê-lo superar o novato. Apesar disso, a disputa foi parelha, decidida a favor do Chevrolet por dois pontos.
O principal destaque do Equinox é o desempenho. Seu 2.0 turbo com injeção direta de gasolina gera 262 cv de potência – são 92 cv a mais que o motor do Compass.
Por ser a diesel, o 2.0 do Jeep entrega bom torque em baixa rotação (1.750 rpm, ante as 4.500 rpm do Chevrolet) e o torna ágil em acelerações e retomadas de velocidade. Ainda assim, o rival é melhor. Mesmo sendo grande e pesado, o Equinox não deixa a desejar em nenhuma situação e mostrou ser um carro muito rápido.
Os números de desempenho divulgados pelas fábricas comprovam: o Equinox pode acelerar de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos. O Compass precisa de 10 segundos para cumprir a mesma tarefa.
O ponto negativo do Chevrolet é o consumo. Para um carro com tantas soluções modernas, os 10 km/l na rodovia (dados da fabricante) deixam a desejar. O motor do Jeep não é dos mais eficientes, mas, ainda assim, o motorista terá de parar bem menos em postos de combustível. Além disso, gastará menos, já que o diesel S10, obrigatório para o Compass, é mais em conta que a gasolina.
O líder de vendas também é melhor no quesito estabilidade. Os dois utilitários têm suspensão independente nos dois eixos e passam bastante segurança ao motorista, mas o Jeep é um pouco mais ‘à mão’ – sua carroceria inclina menos.
Como os dois carros são altos, sistemas de tração 4×4 e os controles de estabilidade e tração são bons aliados para ajudar a mantê-los sob controle.
O Equinox vai melhor em espaço. Com 20 cm a mais no comprimento, ele tem generosa distância entre os eixos, que contribui para o conforto. Além disso, atrás o assoalho é plano, permitindo que até três ocupantes viajem sem aperto. No Jeep, só dois vão bem atrás.
As três primeiras revisões do Chevrolet são acessíveis, mas têm de ser feitas a cada 10 mil km. No Compass, a manutenção é realizada a cada 20 mil km. Após 60 mil km, o dono do Equinox terá feito seis revisões e desembolsado R$ 3.132. No Jeep, terão sido três, ao custo de R$ 3.920.

Generoso
De série, o Equinox traz teto solar e seis airbags (além dos obrigatórios, há os laterais e os do tipo cortina). Todos esses itens são opcionais no Compass, que, no pacote de bolsas de proteção, inclui uma para o joelho do motorista.
Exclusivos do novato são carregador da bateria do telefone celular por indução, sistema start&stop (que não pode ser desligado), auxílio às manobras de estacionamento e frenagem de emergência.
Só o Chevrolet tem assistente de permanência em faixa de rolamento. Esse item (assim como o banco do motorista com ajustes elétricos) está apenas no Compass Limited, que parte de R$ 160.990.
Em compensação, no Equinox o sistema funciona muito mal. Durante a avaliação de sete dias, entrou em ação poucas vezes, mesmo quando forçamos a saída da faixa de rolamento sem acionar a seta.
Os dois carros vêm com ar-condicionado digital com duas zonas, controlador de velocidade, partida do motor sem chave, câmera na traseira e freio de estacionamento elétrico.
A central multimídia de ambos é intuitiva e rápida. A do Chevrolet é um pouco melhor que a do Compass e seus sistemas são mais fáceis de usar – para a maioria, basta tocar em um botão no painel ou volante.
O Equinox é inferior ao Compass no nível de acabamento interno. A cabine é bonita, mas há muitos plásticos duros e aparentes. Além disso, embora tenha TFT, o painel do Chevrolet tem desenho ‘pobre’ para um carro dessa faixa de preço.

Destronar
O Equinox mostrou ser uma opção melhor que o Compass entre os utilitários-esportivos médios na faixa de R$ 150 mil. Mas em vendas, o novato não deverá incomodar o Jeep. A própria Chevrolet informa que não pretende vender mais que 700 unidades por mês. Ou seja: trata-se de um carro de nicho. O Compass, não. A variedade de versões, que inclui dois motores e vários pacotes de equipamento, atende uma grande faixa de consumidores. Com mais de quatro mil emplacamentos por mês, é o SUV mais vendido do país, à frente de todos os compactos, que são mais baratos. O Compass pode até não ser o melhor em todos os segmentos, mas disputa vários nichos, sempre competente e contando com a boa reputação da marca Jeep. O modelo que quiser derrotar o Compass terá de oferecer variedade e sua fabricante deverá ser criativa e inovadora.

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