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Avaliação: Ford Ranger Black 2022

Trata-se do primeiro lançamento feito pela marca estadunidense após o anúncio do fim da produção no País

A Ford Ranger Black 2022 está chegando às concessionárias do Brasil. Trata-se do primeiro lançamento feito pela marca após o anúncio do fim da produção no País. A nova opção da picape média tem cabine dupla, motor 2.2 turbodiesel de 160 cv de potência E 39,2 mkgf de torque. A tração é 4×2 e o câmbio, automático de seis velocidades. Voltada, segundo a empresa, a um público mais urbano, a Ranger Black 2022 tem preço sugerido a partir de R$ 179.900.

Ou seja, a nova picape não é exatamente uma pechincha. Isso porque a versão XLS, que tem a mesma base mecânica, parte de R$ 167.790. Além disso, a diferença de preço da Black para a Storm é de “apenas” R$ 32.600. Em valores absolutos, isso pode parecer muito. Mas os 18,1% a mais dão direito ao motor 3.2 turbodiesel de 200 cv e 47.9 mkgf e à tração 4×4, que vêm de série na Storm.

Segundo informações da Ford, a Ranger Black não é uma XLS mais equipada. Executivos da empresa dizem que a nova opção traz itens exclusivos e equipamentos da versão de topo, Limited. Eles se referem aos faróis com lentes escurecidas, santantônio na caçamba, estribos e rack de teto. Além disso, as rodas são diferentes das utilizadas nas demais versões.

Na cabine, bancos e volante são revestidos de couro. O conjunto multimídia traz sistema Sync 3 e o Ford Pass Connect. A novidade, que estreou no Brasil no SUV Territory, permite acessar pelo smartphone várias funções do carro.

Em relação à segurança, a Ranger Black traz sete airbags, sensores de obstáculos e câmera na traseira. Além disso, há sistema que alerta sobre mudança involuntária de faixa, por exemplo. A direção tem assistência elétrica e a coluna de direção traz ajuste de altura.

Outros bons diferenciais estão na caçamba. Há rede porta-objetos, protetor contra riscos e pequenos amassados, e tampa rígida retrátil. Vendida como acessório, essa última é uma mão na roda. A abertura e o fechamento têm acionamento elétrico por meio de um pequeno “chaveiro”. De acordo com a Ford, os 100 primeiros compradores da Ranger Black levarão o kit completo grátis. Ele custaria cerca de R$ 10 mil.

Na mecânica, a única mudança digna de nota é a suspensão. De acordo com informações da Ford, o sistema utilizado na Ranger Black é mais leve que o das outras versões. Contudo, isso não alterou a capacidade de carga da picape, que é de 1.168 kg. A informação é do engenheiro responsável pela plataforma da Ranger na América do Sul, Gilmar de Paula.

Segundo ele, na última mudança de geração da Ranger, foram desenvolvidos três pacotes de suspensão diferentes. O adotado na Black é um deles. Segundo De Paula, esse conjunto garante mais conforto e, portanto, é bastante adequado ao público da nova opção da linha. A Ranger Black, aliás, não é exatamente uma novidade. Ela foi mostrada pela Ford como um protótipo durante o Salão do Automóvel em 2018.

NOVA GERAÇÃO ATÉ 2023
Esse tipo de estratégia é conhecido no mundo do marketing automotivo como “animação de produto”. E é utilizado quando um modelo entra na fase final de seu ciclo de vida. Assim, a marca consegue dar um fôlego extra ao veículo que está prestes a mudar de geração. É o caso da Ranger. A Ford vem reduzindo o número de versões da Ranger e anunciou um investimento de R$ 3 bilhões para fazer a nova geração na Argentina.

Portanto, a nova Ranger deve ser lançada entre o fim de 2022 e o início de 2023. A picape terá visual inspirada no da F-150 vendida nos Estados Unidos. Além disso, o motor de cinco cilindros e 200 cv vai sair de cena. Em seu lugar, virá o 2.0 de quatro cilindros turbodiesel de 213 cv e mais de 50 mkgf, que é oferecido na Série F nos EUA. Uma versão híbrida plug in também poderá vir ao Brasil.

Por fora, a Ranger Black chama a atenção pelo acabamento preto. O tom é para lá de marcante. Está na carroceria, na grade dianteira, rodas, faróis, estribos e outras várias peças. Já na cabine, o impacto do visual, digamos, exclusivo, é bem menor. Isso porque não há nada que as demais versões da linha não tenham. E isso não é um demérito. Ao contrário. Porém, causa estranheza a partida do motor não ser por botão. Sobretudo em um carro dessa faixa de preço e urbano.

Com tantas coisas a observar, surge a pergunta: por que alguém que roda sobretudo na cidade compraria uma picape? Afinal, trata-se de um veículo com 5,35 metros de comprimento, 1,86 m de largura e cujo porta-malas não pode ser acessado pela cabine. Além disso, ela roda, em média, 9,58 km na cidade e 11,3 km na estrada com um litro de diesel. A boa notícia é que o tanque de 80 litros garante autonomia superior a, respectivamente, 760 e 900 km.

Daí você se lembra que o motor gera ótimos 160 cv e 39,2 mkgf. Esses números seriam muito bons para um sedã médio, por exemplo. Mas estamos falando de uma picape que pesa mais de 2 toneladas. Ou seja, por mais que se pise com força no acelerador, as respostas não são lá essas coisas. Para sair da imobilidade e chegar aos 100 km/h, a Ranger Black precisa de 15 segundos.

Por outro lado, o bom torque, disponível a partir das 1.600 rpm, é um alento. Dá para encher a picape de gente e de carga, e ligar o ar-condicionado na temperatura do Polo Norte. A Ranger Black não vai refugar. E, mesmo se houver um ladeirão à frente, ela vai subir como se estivesse rodando em uma via plana. Além disso, a nova suspensão, de fato, deixou a picape mais confortável e com menos oscilações na carroceria que antes.

PRÓS E CONTRAS
PRÓS – EQUIPAMENTOS
Itens como o Sync 3 e Ford Pass Connect, além do visual, formam um pacote bastante interessante.

CONTRAS – PREÇO
Os R$ 179.900 não se justificam em um modelo com motor 2.2, tração só atrás e sem luxo.

FICHA TÉCNICA
Motor: 2.2, 4 cil, 16V, turbodiesel
Potência (cv): 160 a 3.200 rpm
Torque (mkgf): 39,3 a 1.600 rpm
Câmbio: Aut. de seis marchas
Comprimento: 5,35 metros
Entre-eixos: 3,22 metros
Capacidade de carga: 1.168 kg.

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