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Eis a releitura elétrica da Romi-Isetta

Entre novidades da versão de produção está a traseira mais larga em relação aos primeiros protótipos

Em 2016, a suíça Micro Mobility Systems, também conhecida como Micro, apresentou um carro elétrico compacto inspirado no BMW Isetta. O modelo foi feito no Brasil e vendido com o nome de Romi-Isetta.

Após vários atrasos, a start-up finalmente lançou a versão de produção do carrinho de dois lugares, que foi batizado de Microlino. A estreia deveria ter ocorrido no ano passado, durante o Salão de Genebra, na Suíça. Mas, por causa da pandemia, a feira foi cancelada.

Agora, passados quase 12 meses, Microlino 2.0 começa, finalmente, a caminhar rumo ao lançamento comercial. O carrinho chegará primeiro às lojas da Europa e deve disputar compradores com modelos como o Renault Twizzy, o Smart EQ e o Citroën Amik, por exemplo.

Para isso, a Micro promete concluir a fase de homologação do novo modelo até agosto. Logo depois, em setembro, pretende começar a produção em série na fábrica da Cecomp, em Turim, na Itália.

Da mesma forma que o Isetta original, o Microlino 2.0 tem espaço para apenas duas pessoas. Além disso, há um compartimento de 300 litros para bagagem. Para comparação, são 10 litros a mais do que o porta-malas de um Fiat Uno.

O novo carrinho pesa 513 kg. Isso por causa das baterias que, com carga total, garantem autonomia de 125 km a 200 km. Elas alimentam o motor elétrico, que pode acelerar o microcarro a até 90 km/h.

Entre as novidades da versão de produção está a traseira mais larga em relação aos primeiros protótipos. O objetivo é aumentar a estabilidade.

A estrutura do modelo também foi atualizada. Nesse sentido, o monobloco é produzido com peças feitas de aço prensado e alumínio. Como resultado, a cabine ficou mais firme e segura sem que tenha havido aumento significativo no peso.

Desenho e lista de equipamentos minimalista. À primeira vista, chama a atenção o desenho retrô e, ao mesmo tempo, moderno. A dianteira é marcada por uma barra de luzes de LED, instalada abaixo do limpador do para-brisa, e por duas luzes de uso diurno.

Na parte da frente dos espelhos externos estão localizados os faróis, que são redondos e têm luzes de LED. E, assim como no Isetta fabricado nos anos 1950, o Microlino tem somente uma porta frontal.

Além disso, na compacta e minimalista cabine o painel de instrumentos tem tela digital. Por meio dele o motorista pode checar várias informações sobre o funcionamento do carro.

É o caso, por exemplo, da carga das baterias. Por outro lado, não haverá nenhum sistema de entretenimento a bordo. Nem mesmo um rádio.

Ainda assim, o Microlino terá preço bem mais alto do que seus concorrentes europeus. A expectativa é de que o preço inicial seja de cerca de € 12 mil. Ou seja, uns R$ 78 mil na conversão direta, sem impostos.

Alusão ao Isetta
De início, o desenho do Microlino faz alusão direta ao do BMW Isetta. O carrinho original foi feito pela italiana Iso SpA e produção durou de 1953 a 1961.

Em 1955, a fabricante brasileira de máquinas Romi, localizada em Santa Bárbara d’Oeste (SP), recebeu licença para fazer o carrinho no País. Inclusive, trata-se do primeiro veículo fabricado no Brasil. Até 1961, foram vendidas aproximadamente 3 mil unidades no mercado brasileiro.

Voltando ao Microlino, vários problemas causaram atrasos no desenvolvimento da versão de produção. Entre eles, a Tazzari, que inicialmente produziria o carrinho, foi comprada pela Artega.

Essa, por sua vez, resolveu lançar um modelo concorrente, batizado de Karolino. Porém, a Micro fez um acordo com a Artega para produzir o Karolino.

Contudo, a Cecomp já teria o aval para a fabricação do Microlino, ou seja, o modelo da Micro será mesmo feito na Itália.

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