Diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês fala sobre vida de cirurgião na UniMAX

A UniMAX (Centro Universitário Max Planck) recebeu na terça-feira (8) a palestra ‘Os Desafios de ser Cirurgião’, ministrada pelo médico e diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap. O encontro, que integra o programa ‘Fronteiras na Saúde’, permitiu que o profissional compartilhasse com os alunos um pouco da experiência obtida durante sua longa trajetória na Medicina. Alguns dos temas abordados foram: ‘Obstáculos que um Cirurgião pode Encontrar no Cotidiano’, ‘Técnicas para Transplante de Fígado’ e a ‘Democratização do Acesso à Saúde’.
O primeiro contato de Paulo Chapchap com a Medicina foi ainda na infância, aos 10 anos de idade, após sofrer um acidente. Enquanto crescia envolveu-se em situações que chamavam pelo cuidado ao próximo, porém, seu interesse pela área só se concretizou após a época de vestibulares, em que ele optou por cursar Medicina em vez de Engenharia, que seria seu caminho natural.
Apesar dos desafios que a vida universitária lhe proporcionou na época, manteve-se sempre motivado para buscar novas metas, o que o levou a iniciar, em 1976, sua trajetória no Sírio-Libanês, ainda em estágio. Depois de passar por várias Instituições médicas e lidar com pacientes que tinham problemas no fígado e careciam de transplante, algo que não era possível no País até então, o médico foi estudar no Departamento de Transplante de Fígado da Universidade de Pittsburgh. Então, posteriormente, auxiliou no desenvolvimento desses transplantes no Brasil.
Transplantes – Chapchap apresentou aos estudantes alguns casos específicos de complicações no fígado, sobretudo em crianças. Lidar com procedimentos que não obtiveram sucesso, garantir que os pacientes não fiquem muito adoentados ou faleçam até o transplante, e possíveis infecções são alguns dos desafios citados por ele. Além disso, detalhou alguns procedimentos realizados pelo cirurgião, como técnicas para retirar o transplante em pessoas ainda vivas e o Transplante Dominó, método em que um órgão retirado de uma criança portadora de leucinose pode auxiliar outra criança.
Desafios – O médico destaca a importância de trabalhar em equipe, não só no âmbito cirúrgico, mas no cotidiano. É necessário, segundo ele, uma entrega de valor significativa, que seria garantir que todos os procedimentos propostos ao paciente sejam estritamente necessários, evitando, por exemplo, tempo de internação maior que o necessário e processos invasivos que não seriam úteis em certos casos. Em seguida, deve-se observar os resultados a longo prazo e a experiência do paciente, não só no êxito da operação, mas também na qualidade de todo serviço prestado.
Chachap explica também que o custo é um dos fatores que afastam a população de um tratamento de qualidade, devido à desigualdade social. Por isso, ele recomenda combinar a qualidade dos serviços prestados com o uso consciente dos recursos. Aos futuros médicos presentes na palestra, o profissional deixou o desafio: unirem-se e, como um time, buscarem a melhora dos índices de saúde do município, democratizando o acesso a tratamentos eficientes e a bons atendimentos.

FRONTEIRAS NA SAÚDE
Iniciativa desenvolvida junto ao curso de Medicina da UniMAX – avaliado com nota máxima em todas as dimensões pelo MEC, situando o curso entre os 14 melhores do Brasil – com o propósito de propiciar aos alunos contato com pessoas que contribuíram para formar a ciência no país e enriquecer a cultura médica. Dessa forma, a cada mês um profissional de destaque na Área da Saúde e Ciência é convidado a participar, partilhando seu conhecimento com os estudantes e a comunidade, sob a ótica da revolução tecnológica e do futuro do cuidado médico.

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