Campineiro faz da arte um sorriso para crianças

Montagens são feitas com personagens escolhidos pelos internos

DÉBORA ANDRADES

O professor Adilson Freitas é responsável pela criação do Projeto Foto Mágica, que visa criar uma imagem impressa de desenho, sonho e fantasia das crianças em tratamento no Hospital Boldrini.
De acordo com o mineiro Adilson, que atualmente vive em Campinas, o desejo de relizar o projeto surgiu assistindo a uma reportagem na televisão, sobre o artista canadense Shawm Van Daele, que faz um trabalho de fotografia e manipulação de imagem, embasado em desenhos de crianças que também estão em hospitais.
“Entrei em contato com um amigo e grande artista plástico, Paulo Branco, que me apresentou para a Nina Mazzon, que é atual coordenadora da Brinquedoteca do Boldrini e com a autorização da diretora, Doutora Silvia Brandalise, dei início ao projeto, em fevereiro de 2015”, explica.
Toda sexta-feira o professor se desloca até o Centro Infantil Boldrini, onde fotografa sempre três crianças, e depois, no seu local de trabalho, as fotos são manipuladas conforme o tema escolhido por cada criança. “É gratificante, ao mesmo tempo que é duro e muito difícil, quando a gente tem que encarar realidade como falecimento, que é bastante difícil. Mas no geral, é gratificante, sensacional, maravilhoso. Quando eu entrego, o sorriso que eles devolvem não tem dinheiro nenhum que pague aquilo. É difícil para dormir porque a gente lembra do sorriso ou de um abraço. É uma experiência que, na minha opinião, todo mundo deveria ter, de poder receber esse tipo de sorriso”, conta Adilson.
Na sexta-feira seguinte, a foto é entregue em papel fotográfico fosco e colorido, no tamanho 30cmx45cm, depois fotografa mais três crianças e assim por diante. “Acho que a associação e a simbologia do pedido são o mais marcante para mim, mas me parece que eles sempre escolhem um personagem baseado em uma necessidade. O Guilherme pediu um dos Transformers e você pode ver no making off da foto, ele usa uma cadeira de rodas, então parece que na fantasia dele, a cadeira pode ser um Transformer, por ser um complemento dele também”, comenta.
“Um outro trabalho que me chamou a atenção foi o do João, que quis o Hulk. Ele é magrinho, tem 11 anos e escolheu um personagem muito forte, também achei interessante. O Caíque escolheu o Mario Kart, ele não tem uma perna, então é mais uma referência”, explica Adilson. “E quanto às entregas, elas são sempre sensacionais. O último que entreguei, abriu o pacote e falou: ‘Sabe o que acontece? Eu sou muito forte, eu sou muito forte’ e ele escolheu o Homem-Aranha. Quando falaram que fizeram ele de Homem-Aranha ele respondeu: ‘Não, não, eu sou o Homem-Aranha’”.
As impressões são doadas pela Nina Mazzon, coordenadora da Brinquedoteca, e por Marta Bedotti. Segundo Nina, os trabalhos minimizam a espera da consulta e exames, o que colabora com a autoestima de cada uma das crianças envolvidas. “O projeto Foto Mágica veio de encontro com o projeto dos Super-Heróis que também atua no Boldrini em parceria com a Brinquedoteca. Para as crianças, a figura dos heróis e das princesas têm um significado importante na infância e através do projeto Foto Mágica eles se realizam ao admirarem as fotos e se sentem como heróis e princesas”, comenta a coordenadora.
O trabalho é voluntário, não tendo custo nenhum para quem participa, além de ser exclusivo para os pacientes do Hospital Infantil Boldrini, sem possibilidade de contratação particular. “As pessoas podem ajudar curtindo a fanpage no Facebook www.facebook.com/projetofotomagica, porque a gente sempre posta algumas necessidades. Estou criando um projeto onde vamos gerar fantasias para as crianças e outro relacionado a vídeos, então conforme temos necessidade, vamos publicando. Se as pessoas curtirem as páginas do Boldrini www.facebook.com/centro.infantil.boldrini e do Foto Mágica, a gente consegue ter uma comunicação e ajudar. Divulgar o projeto é importante para que as pessoas possam fazer isso em suas cidades e elas podem me procurar que sou aberto para ajudar no que precisar, para que a gente possa criar uma corrente de alegria”, finaliza.