Ana Flávia de Araújo Ferreira
Pedagoga/Psicopedagoga
CRP 06/118702
Você já ouviu a frase “quem quer se matar faz e não fica falando!”? Ela é equivocada, pois uma pessoa que tem recorrentemente pensamentos de ser matar e verbaliza esse desejo para outros pode, em momentos de fragilidade, concluir o desejo de forma trágica. Pensemos em uma analogia, se uma pessoa diz que está com dor de cabeça, está solicitando ajuda, comunicando seu sofrimento para que você possa ajudá-la de alguma maneira, o mesmo se aplica quando alguém lhe diz que pretende se matar, ou usa frases aproximadas como: “a vida não tem mais sentido”, “não farei falta para ninguém”, ela está verbalizando seu desejo para que alguém consiga ajudá-la.
Setembro tornou-se o mês da conscientização sobre suicídio, o dia 10 é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Apesar de pouco discutido, o tema após ser abordado em séries, filmes e na mídia ganhou visibilidade.
No Brasil, por ano mais de 11 mil pessoas tiram a própria vida; das vítimas 79% são homens e 21% são mulheres, esses dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2017 e são relativos a pesquisa realizada de 2011 a 2015, no comparativo desses anos, o número de vítimas cresceu 12%. Suicídio é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos, sendo essa a faixa etária mais vulnerável.
As pesquisas apontam que mais de 50% das pessoas que tentam e efetivam o suicídio possuem algum transtorno psicológico que não foi tratado, dessa forma, uma das estratégias de prevenção é melhorar a compreensão e tratamento das doenças psíquicas como: depressão, transtornos de ansiedade e personalidade, uso exagerado e dependência de drogas etc.
Se alguém do seu convívio apresenta comportamento suicida é importante: não deixá-lo sozinho, dificultar o acesso a meios letais (medicação, veneno, armas) e procurar ajuda. Para isso existem o CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) e o CVV (Centro de Valorização à Vida) através do número 188.
